domingo, 14 de dezembro de 2008

Frenagem de emergência

Em todos os cursos do DETRAN fala-se muito em direção defensiva, sobre como "evitar" acidentes, como dirigir de forma prudente.

Mas alguma vez você já ouviu algum instrutor (mesmo com a nova lei) explicar detalhadamente o que é um freio
ABS, ou pra que serve o punta-taco e/ou passar marchas no tempo?

O motorista dos sonhos - segundo o DETRAN

Vamos aos fatos - o Pior perfil de clientes sinistrados segundo as seguradoras são os indíviduos com as seguintes características:

1 - De sexo Masculino
2 - Até 25 anos
3 - Solteiro

E
coincidentemente me interesso em assuntos de pilotagem, direção ofensiva e me enquadro perigosamente nesse perfil.

Segue abaixo um trecho do Portal da Comunicação
UOL:
"Direção Ofensiva

De nome é Sebastião; por apelido, Ferreirinha; a profissão, motorista. Mas pode chamá-lo de repórter

Eduardo Marini

Dona Imaculada coloca o café na mesa e dá logo o recado: "Esse aí, menino, gosta de uma aventura". Conhece bem o marido, Sebastião Ferreira da Silva, 59 anos, o Ferreirinha. Filho de lavrador, deixou Arapiraca (AL) aos 14 anos para trabalhar na construção civil em São Paulo. Assim que foi possível, tirou carteira de habilitação. Em 16 anos de Folha de S. Paulo e em outros "15 anos e três dias" na sucursal paulistana do Jornal do Brasil, Ferreirinha conquistou a amizade e o respeito de pesos pesados da profissão como um dos mais atentos, inteligentes e folclóricos motoristas de reportagem. Com suas histórias quase inacreditáveis, é a rigor um exemplar típico das gerações românticas do jornalismo.

Greves no ABC, fundação do PT, Diretas Já, queda do avião da TAM... Difícil era não encontrar Ferreirinha nu-ma cobertura quente. Numa delas, em 1979, saiu de São Bernardo do Campo no carro da Folha e encarou seis quilômetros no acostamento da contramão da Rodovia Anchieta para fugir da polícia e salvar o filme do fotógrafo U. Dettmar, que acabara de fazer imagens da greve dos metalúrgicos. Nesse período, dormiu várias vezes na sede do sindicato cercada pelas tropas. Tinha a companhia de líderes do movimento, entre eles um barbudão de voz rouca chamado Luiz Inácio da Silva.

Naquele dia da fuga, o repórter de texto era Ricardo Kotscho, atual secretário de Imprensa de Lula e uma das companhias de trabalho preferidas do motorista. Convidado pelo amigo, o motorista hoje trabalha no escritório paulista da presidência da República."

Fonte: http://portaldacomunicacao.uol.com.br/textos.asp?codigo=7229

Direção ofensiva não é tirar racha na rua. Definitivamente não é isso! É minimizar uma ação ofensiva (Dirigir em alta velocidade por exemplo) tentanto evitar os riscos de segurança aos demais condutores.

Afinal de contas há alguma garantia que se você digir a 160km/h dentro de uma cidade não encontrará uma criança correndo atrás de uma bola no meio da rua?

Tá tá tá... Já estou falando demais. Vou mostrar um vídeo de uma escola de pilotagem - e comercialmente falando o termo
direção defensiva vende mais (isto é só para constar, porque não apareceu o termo direção Ofensiva no vídeo em lugar nenhum).





O tema do
post é a frenagem de emergência - que vou falar logo a seguir -, mas acho que deu pra sentir que fazer um Slalon de Ré não é tão fácil quanto parece, principalmente num carro grande de traseira leve como os carros SW ou caminionetes.


"Frenagem de emergência

Você sabe como agir na hora do susto?

(25/07/2001) - Uma das grandes preocupações do motorista é maneira correta para frear o carro em uma situação de emergência. Imagine só: o carro está em alta velocidade na estrada ou em grandes marginais e é preciso pará-lo para que não aconteça uma batida, um acidente, um atropelamento. O que se deve fazer na hora? O correto é pressionar ou não o pedal da embreagem?
O motorista precisa dar uma pancada forte no freio e, simultaneamente, apertar a embreagem. Para se ter idéia, essa pancada deve ser equivalente a 25 kg. Nada de tocar levemente o pedal de freio. Ao contrário, a freada deve ser "agressiva".

Assim, o carro freia mais rápido, de maneira eficiente e evita acidentes mais graves. Por esse motivo, aquela história de que se deve ficar longe do pedal da embreagem não é verdadeira. Abra o olho!


Mas qual é a verdadeira vantagem do ABS?

O ABS (anti-lock brakes) impede que as rodas travem durante a frenagem e, assim, o motorista consegue manter o controle enquanto o carro freia. O sistema ABS percebe eletronicamente a iminência do travamento das rodas e evita que isso aconteça. Nos carros sem ABS, a história é outra. Durante a frenagem, se o veículo estiver em linha reta, o motorista acaba virando passageiro do seu próprio carro: não há mais o controle da trajetória e o automóvel vai para onde quer. Em curvas, o veículo também escapa da trajetória correta e acaba saindo da pista.


Por que o pedal do freio ABS vibra?

Ao pressionar o pedal de um carro com ABS, o motorista percebe que o mesmo trepida. Esse é um sintoma de que uma das rodas está quase travando e o ABS está trabalhando a todo o vapor para evitar o pior.


Você sabia?

O ABS não serve para frear em um espaço menor, mas sim para evitar o travamento das rodas e permitir que o motorista continue com o carro sob controle durante a frenagem.

Existem cursos que explicam como deve ser o comportamento do motorista se o automóvel não contar com ABS. Parece um simples detalhe, mas não é.

Depois de frear de maneira forte (situação de emergência), os pneus de um carro sem ABS ficam imprestáveis e não agüentam rodar por muito mais tempo. No carro com ABS, o jogo de pneus não sofre tanto com o impacto e permanece praticamente intacto.

Consultoria: Cesar Augusto Urnhani,
piloto de testes da Pirelli"

Fonte: Webmotors - http://www.webmotors.com.br/wmpublicador/DicasSV_Conteudo.vxlpub?hnid=30636



Quando estamos adrenados os reflexos ficam mais rápidos


Ótimo
. Vou me atentar aos trechos específicos abaixo:

"O motorista precisa dar uma pancada forte no freio e, simultaneamente, apertar a embreagem. Para se ter idéia, essa pancada deve ser equivalente a 25 kg. Nada de tocar levemente o pedal de freio. Ao contrário, a freada deve ser "agressiva"."
Isto está correto em partes. Porquê?

Estamos considerando aqui uma
freada de "Emergência"/"No susto" - desta forma, estamos considerando que o motorista dos sonhos do DETRAN não teria destreza e técnica sufiente para fazer reduzidas perfeitas sem estourar o câmbio do carro.

Ou seja, esqueceram de mencionar um grande pequeno detalhe: os freios super-aquecem em freadas bruscas, no entanto o próprio curso do DETRAN ensina a nunca andar em trechos de declives sem auxílio do freio-motor a afim de evitar este tal super-aquecimento, pois é sabido que o sistema de freio de grande parte dos carros de passeio perdem seu rendimento nessa situação.

Além disso não mencionaram também que alguns sistemas de freio ABS "trava" após uma freada de emergência. Isto é, se você estiver a 220km/h e acionar o freio na sua capacidade máxima após parar o carro será forçado a permanecer parado por mais alguns segundos, porque a pinça do freio quando super-aquecida gruda a pastilha no disco de freio e só desprende dela quando elas se resfriarem.

A parte vermelha (a pinça) cola no disco de freio (no seu interior)

Então imaginem a cena: você freia para não bater em animal na pista porque o Seu carro tem poder de frenagem, é forçado a ficar uns 10 segundos parado no meio da BR porque o freio super-aqueceu. No entando o animal já saiu da pista, e você vê ao retrovisor um carro em alta velocidade e você não consegue arrancar para entrar no acostamento. Será que explicam isso em algum curso do DETRAN?

"Nos carros sem ABS, a história é outra. Durante a frenagem, se o veículo estiver em linha reta, o motorista acaba virando passageiro do seu próprio carro: não há mais o controle da trajetória e o automóvel vai para onde quer. Em curvas, o veículo também escapa da trajetória correta e acaba saindo da pista."
Corretíssimo. Mas há uma forma e uma técnica onde se consegue o máximo poder de frenagem sem perder o controle de um carro sem freio ABS:

Técnica similar à citada pela Webmotors:

1 - Simultâneamente uma pancada agressiva no freio e "desengrenar" o carro.
2 - Repetir as pancadas no freio no menor intervalo possível que você conseguir - (Ficar "bombando" o freio sem parar bem rápido).

"O ABS não serve para frear em um espaço menor, mas sim para evitar o travamento das rodas e permitir que o motorista continue com o carro sob controle durante a frenagem."

Isso me lembra professores de faculdade puritanistas. O freio ABS diminui sim o espaço de frenagem porque simplesmente é mais efetivo. Se você aplicando a técnica anterior citada gastaria 140 metros para parar um carro numa velocidade de 110km/h, poderá gastar entre 120-130 metros com o freio ABS, o que ao meu ver é uma diferença significativa.

Para quem se interessou pelo assunto, procure jogar o jogo Grid do PlayStation 3 em modo simulação e desligue todos os assistentes de freio - existe um abismo de diferença entre jogar o jogo com ABS ligado e desligado, façam os testes.

Just my 2 cents.

Um comentário:

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